segunda-feira, 07 de fevereiro de 2022

A hora da transformação digital no transporte de cargas é agora

É preciso a tomada de decisões para mudar e preparar equipes e operações para uma nova realidade que já se faz presente, com grande potencial para avançar em automação e para uma logística preditiva

Artigo | Por Vinicios Fernandes *

As ineficiências da cadeia logística estão no centro de discussões há anos, especialmente as relacionadas ao mercado de transportes de cargas, que lida com desafios de infraestrutura e modernização. Diferentes setores produtivos tiveram avanços importantes em tecnologias, mas nunca a inovação se fez tão presente no setor logístico como agora, com a chegada de novas tecnologias e soluções que encurtam a distância para um modelo 4.0, acelerando transformações ditadas por mudanças no comportamento de consumo e maior conectividade.

Neste novo cenário, acompanhar essa dinâmica torna-se ainda mais relevante para a sobrevivência dos negócios, no qual transportadoras e caminhoneiros têm o desafio de fazer da transformação digital um fator determinante para a maior eficiência e competitividade. Ainda que alguns indicadores sinalizem para uma menor presença no futuro para o escoamento de cargas por rodovias, este modal ainda é o principal no Brasil, e o próprio Plano Nacional de Logística 2025 prevê uma representatividade na ordem de 64% do escoamento de cargas pelas estradas.

Para que esse cenário siga em rota de oportunidades para os principais atores logísticos, alguns aspectos carecem de atenção, pois implicam no aumento de custos e na ineficiência de suas operações. A idade média das frotas de caminhões no Brasil, por exemplo, está aumentando, mesmo com o ritmo crescente de vendas deste tipo de veículo. As transportadoras tendem a renovar suas frotas com maior frequência, mas ainda assim 30% de seus caminhões já têm mais de 16 anos, o que é muito para um veículo que percorre longas jornadas todos os dias. O mesmo acontece com os caminhoneiros autônomos, que são responsáveis por mais de 35% da frota que circula pelo país.

E como equilibrar os altos custos logísticos, que ainda são impactados pela má qualidade de rodovias brasileiras, aumento constante de preço dos combustíveis e envelhecimento de frotas de caminhões? A resposta é simples: o país precisa de uma reestruturação logística eficiente, digitalizada e conectada para melhorar sua competitividade.

A maturidade digital do setor de transportes ainda precisa evoluir, quando comparada a de outros segmentos, mas já está acontecendo. Exemplo disso está no forte surgimento de soluções para logística e de ferramentas que já fazem da inteligência de dados um mecanismo estratégico. Dados de uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte também confirmam que os caminhoneiros estão cada vez mais digitalizados, com a constatação de que cerca de 88% deles já estão conectados de alguma maneira.

Tenho acompanhado de perto os impactos de ferramentas que já utilizam de recursos de inteligência artificial para fazer análises preditivas, de acordo com o trajeto de uma determinada carga, e que extrapolam todas as possibilidades de rotas que um caminhão pode fazer e permitem identificar a melhor performance, menor custo possível e previsibilidade de entrega. Além de outras inúmeras tecnologias e soluções que conectam as operações logísticas de ponta a ponta, desde a contratação do frete, digitalização de documentação, como na gestão de pagamentos, abastecimento, pedágio e manutenção, que tornam as operações logísticas mais ágeis e efetivas.

A transformação digital no transporte de cargas nunca foi tão oportuna e necessária como nos tempos atuais. Por isso, é preciso a tomada de decisões para mudar e preparar equipes e operações para uma nova realidade que já se faz presente, com grande potencial para avançar em automação e para uma logística preditiva.

fonte: https://revistamundologistica.com.br/artigos/a-hora-da-transformacao-digital-no-transporte-de-cargas-e-agora


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